sábado, 21 de agosto de 2010

Você e Eu: Uma Comunicação Psicopedagógica

A sociedade existe através dos conhecimentos criados e adquiridos por àqueles que a constitui, isto é, as pessoas. Neste processar encontra-se uma das atuais profissões que é de importante destaque: a Psicopedagogia.

Um psicopedagogo não se refere àqueles profissionais que adquiriram o conhecimento da Psicologia e da Pedagogia e os fundiram. Apesar deste equívoco em sua compreensão, o profissional da Psicopedagogia surgiu justamente para atentar-se a compreensão do comportamento humano no processo de ensino-aprendizagem.

Pode parecer comum, ou até mesmo uma atividade supérflua, mas a todo o momento estamos aprendendo e ensinando. Eis a importância de se refletir pragmaticamente sobre o que se aprende e o que se ensina.

Aparentemente o psicopedagogo somente se encontra nas instituições escolares. Todavia, ele atua também em diversos campos como nas empresas, hospitais e clínicas atendendo os indivíduos e as famílias. “Por quê?” Numa empresa, apenas como menção, ocorrem diversas situações em que as pessoas necessitam de um desenvolvimento aprimorado em seu trabalho. O psicopedagogo atua auxiliando nesse processo para que este seja adequadamente ajustado às condições do funcionário, gerando benefício a ambos – empregador e agente –, agilizando as tarefas funcionais e, em consequência, evitando-se conflitos que poderiam emergir de uma inadequada relação e/ou comunicação, sendo estas, atualmente, uma das dificuldades do seres humanos.

Mencionando este fato, o relacionar e o comunicar são algumas das mais importantes ferramentas que as pessoas possuem para conectar-se com o Outro, estando praticamente inerentes aos atos de aprender e de ensinar.

Ao se observar o desenvolvimento do ser humano, o mesmo necessita de pessoas que o amparem sendo que elas estão nos principais meios: a família, a escola e a sociedade. São nestes ambientes, muitas vezes simultaneamente, que cada pessoa participa com suas variadas condutas, pensamentos e emoções. Os ensinamentos e as aprendizagens que esta trindade proporciona são como o líquido encefálico que num continuum nutrem e constituem o ser humano.

Compreende-se que o que você pratica advém do que você aprendeu e pelo que você se interessou em conhecer, porém é também o que você ensina. Lembro-vos que você aprendeu e sentiu muitas coisas, mas há a possibilidade de que não se importou com elas. Você aprendeu a caminhar, a andar de bicicleta, a escrever, a ler, a amarrar o tênis, a beijar... Você entendeu que as folhas balançam porque o vento as tocam... Você percebeu que um vento frio lhe tocou e gelou a pele... Você sentiu que a dor faz com que próximo a seus olhos lágrimas surjam... e nesse movimento existencial de influências constantes, você também ensinou/influenciou muitas pessoas! Você ensinou um filho, sobrinho, irmão, amigo... a caminhar, a andar de bicicleta, a escrever, a ler, a amarrar o tênis, a dançar... Você o auxiliou a entender que as folhas balançam porque o vento as tocam... Você o ajudou a perceber que se um vento frio lhe toca a pele, ele a gela... Você o promoveu a entender que a dor faz com que próximo a seus olhos lágrimas manifestem-se... Você e Eu... num processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, como todos nós ensinamos, aprendemos e influenciamos o comportamento humano, atuemos criativa e não reprodutivamente sobre o que se aprende e o que se ensina, ampliando o que é ser-no-mundo, atentando-se à trindade.


*Artigo publicado originalmente no Jornal Tribuna Regional, 30 abr. 2010.


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