quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Patologia Contínua do Adolescente

É clássico ouvir e ler de, diga-se de passagem, estudiosos, que a adolescência é uma etapa do ciclo vital que é sinalizada por transformações sociais, físicas e psicológicas DRAMÁTICAS na vida do indivíduo.

Poupem-me. Frise-se: se ALGUNS se desenvolveram vital e existencialmente nestas situações descritas, é porque você contribuiu para que os educassem assim.

Mas pergunto: “Alguém, excluindo as empresas mercantis, já deu crédito ao adolescente; sinceramente confiou nele; permitiu e incentivou que ele realize seus desejos e sonhos, mostrando os rumos, as possibilidades e as prováveis conseqüências?”

Provavelmente e indiretamente, sempre pensando no bem-estar deles, você se tornou um imperador (singelo), visto que o adolescente é considerado há muito tempo como perturbado, hoje quase como um detentor de uma psicopatologia genética, que eclode neste lapso de tempo. Observe!!

A adolescência... foi inventada. “Mas, como era antes?”, você me pergunta. Ora, quase sem infância, pois havia uma expectativa de vida inferior a atual, então, tão logo as crianças deveriam se tornar adultas. Devido as várias necessidades, é a partir do século XVIII que se traz o conceito de adolescência. Com a criação do termo, e com o tempo, afirma o historiador Philippe Áriès,


“a adolescência expandiria, empurrando a infância para trás e a maturidade para frente [...] Assim, passamos de uma época sem adolescência a uma época em que a adolescência é a idade favorita. Deseja-se chegar a ela cedo e nela permanecer por muito tempo” (1981, p. 15).


“Mas como? Então, vamos todos viver com transformações sociais, físicas e psicológicas dramáticas; perturbados enquanto sobrevivermos?”, quiçá você se questione.

“Sim”, respondo. Já que, como também afirma a antropóloga Miriam Goldenberg, citada numa matéria da Revista Época: todos querem ser jovens para sempre, pais e filhos.

“Sim, observe o mundo de hoje”, continuo respondendo. Enquanto “estudiosos” não pararem de REPETIR, sem a devida percepção de seus atos, o que outros, na sua maioria, degenerados ou aposentados vitalmente, disseram há tempos sobre Educação, Aprendizagem e Desenvolvimento Humanos; e, realmente valorizar e acreditar, sem lucro, nas possibilidades da adolescência, retratando-a adequadamente para nosso atual período histórico, sim, você, se já não é, será um adolescente perturbado “forever end ever”. Por isso, confira seus hábitos.

Portanto, amados amantes, até o momento, só posso lhes estender o tapete vermelho, abrir a porta e com um sorriso mercantil dizer: “Bem vindo ao mundo dos perturbados!!”


quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pais x Filhos, Mulher x Homem, o Casamento e a Sociedade

Vivemos numa educação, horrorosa. Construímos e educamos uma sociedade puramente heterossexual e enzumbizada, por isso o título do presente artigo. Mas, o que ele quer dizer?

Quando uma mulher se torna mãe e um homem se torna pai, ambos ensinam a seus filhos: a menina deve brincar de boneca, de casinha... ou seja, futuramente ela deverá cuidar de filhos, da casa, e de qualquer outro serviço escravo e doméstico; o menino, deve brincar de carrinho, jogar futebol, azarar as meninas, ser um garanhão e mandar na irmã, para futuramente, ser o “rei” da casa.

“Tudo bem”. Até aí acredito que muitos conhecem a história. Porém, o que me “espanta” são as pessoas, não entenderem porque mulheres dizem que não entendem homens e vice-versa. Ora, foram educados para serem diferentes e não compartilharem seus conhecimentos e sentimentos.

Meninas se brincarem com meninos serão lésbicas. Meninos que se divertirem com meninas serão gays. Em conseqüência, num casamento, heterossexual, o que acontece é que ninguém se entende. (Para isso há várias explicações científicas, que dispenso, pois me enjôo com algumas).

Não nos foi permitido falar do ser homem para mulheres e nem de como é ser mulher para os homens. Sempre quando um homem chega num assunto mulheril, elas dizem que não podem comentar porque é assunto feminino; e os homens, junto com os seus, afirmam que não podem revelar pois se trata de temática masculina.

Menstruação é coisa de mulher. Masturbação é coisa de homem. Na banalidade humana a resposta é: “é assim que tem que ser!”, já diziam meus “drogados” antepassados.

Como sempre, bobagem e maquiagem. Se as pessoas se conhecessem a Si Mesmas para conhecerem o Outro, haveria menos divórcios e mais amor inventado, menos calmantes, menos terapia conjugal, e, advogados, indústrias farmacêuticas, psicólogos e psiquiatras, entre outros, acredita o mercado, não trabalharão; não farão movimentar o mundo financeiro, já que tudo se baseia em direitos, medicamentos e saúde psíquica. O que quero dizer é que haveria menos problemas se houvesse conscientização do que ocorre na sociedade.

Mas, não é assim. Por exemplo, advogados sempre terão que existir; cada vez mais o mundo possui infinitas legislações das quais advogados não a conhecem, e quando se familiarizam com elas não sabem onde ousar, porque o mundo está confuso, mas uma boa dica seria usar como papel higiênico. Os críticos que a conhecem sabem do que estou falando.

Já as indústrias farmacêuticas, com a conscientização, quem sabe, haveriam de se preocupar e se dedicar com o que realmente interessa: o câncer, a AIDS, entre outros e não tanto o lucro. Não me espantaria de saber que em algum lugar já existe a vacina para muitas doenças... todavia, ainda não descobriram uma maneira correta de lucrar com a venda, por isso não é divulgado. Observe os passos de tartaruga que é para ser lançado no mercado um simples medicamento, e não me refiro aos testes.

Logo, os psicólogos, psiquiatras e “psis” em geral, teriam realmente o valor de se preocupar com a manutenção do bem-estar do ser humano, desestigmatizando a loucura, pois não haveria a necessidade de seu psiquismo chegar a um caos, por exemplo, conjugal, para um matar o outro, os filhos e a si próprio, como muito acontece. Apesar de meu nome estar neste rol, confio na conscientização (prostituição). Existem muitas possibilidades de existência!!

Todavia, duvido que isso algum dia venha a acontecer. De qualquer forma, defendo a dupla educação. Confio que para haver uma mudança seriam necessárias duas educações: uma na Terra e outra em Marte!!


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Da Mitologia a Nuestra Madre Virtual

“Nuestra Madre!!” Todos os anos no primeiro semestre as indústrias deverão lucrar muito. Mas os salários... Pois é, querido amante, chegou mais uma comemoração mercantil: O Dia das Mães.

Um dia inventado para uma mãe inventada, com um presente de muito simbolismo inventado, que foi ofertado pelos filhos, maridos... inventados, com muito amor inventado. Qual mãe não deseja isso?!

Mas vamos prostituir o conhecimento. Aqui é o puríssimo e inocente, quase santo, Life Prostitute, portanto, rumamos à história!!

No Brasil, o Dia das mães é comemorado sempre no segundo domingo de maio (de acordo com decreto assinado, em 1932, pelo presidente Getúlio Vargas). É uma data especial, pois as mães recebem presentes e lembranças de seus filhos. E já se tornou uma tradição. Mas vamos entender um pouco mais sobre a história do Dia das Mães.

Encontramos na Grécia Antiga os primeiros indícios de comemoração desta data. Os gregos prestavam homenagens à deusa Réia, deusa terrestre, mãe comum de todos os seres. Neste dia, os gregos faziam ofertas, oferecendo presentes, além de prestarem homenagens à deusa.

Os romanos, que também eram politeístas e seguiam uma religião muita parecida com a grega, faziam este tipo de celebração. Em Roma, durava cerca de 3 dias. Também eram realizadas festas em homenagem a Cibele, mãe dos deuses.

Porém, a comemoração tomou um caráter cristão somente nos primórdios do cristianismo. Era uma celebração realizada em homenagem a Virgem Maria, a mãe de Jesus.

Mas uma comemoração mais semelhante a dos dias atuais podemos encontrar na Inglaterra do século XVII. Era o “Domingo das Mães”. Durante as missas, os filhos entregavam presentes para suas mães. Aqueles filhos que trabalhavam longe de casa, ganhavam o dia para poderem visitá-las. Portanto, era um dia destinado a visitar as mães e dar presentes.

Nos Estados Unidos, a idéia de criar uma data em homenagem às mães foi proposta, em 1904, por Anna Jarvis. A idéia de Anna era criar uma data em homenagem a sua mãe que havia sido um exemplo de mulher, pois havia prestado serviços comunitários durante a Guerra Civil Americana. Seus pedidos e sua campanha deram certo e a data foi oficializada, em 1914, pelo Congresso Norte-Americano. A lei, que declarou o Dia das Mães como festa nacional, foi aprovada pelo presidente Woodrow Wilson. Após esta iniciativa, muitos outros países seguiram o exemplo e incluíram a data no calendário.

Após estes eventos, a data espalhou-se pelo mundo todo, porém ganhando um caráter comercial. A essência da data estava sendo esquecida e o foco passou a ser a compra de presentes, ditado pelas lojas como objetivos meramente comerciais. Este fato desagradou Anna Jarvis, que estava muito desapontada em ver que o caráter de solidariedade e amor da data estavam se perdendo. Ela tentou modificar tudo isso. Em 1923, liderou uma campanha contra a comercialização desta data. Embora com muita repercussão, a campanha pouco conseguiu mudar.

É clarividente que cada um puxa o peixe para o seu prato. Grécia com a Réia. Romanos com a Cibele. Cristianismo e a Virgem Maria. Anna Jarvis e a mamãe comunitária. Realmente é o dia das mães.

O fato do ser humano ter medo e não conhecer sua origem, numa alucinação coletiva, criou “contos de fadas” a partir de sua percepção. As homenagens mitológicas sempre foram, em sua maioria, de sacrifícios. Se a comemoração era repleta de sacrifícios, quem hoje se sacrificaria pela mamãe querida? Muitos têm tanto medo dessa mãe inventada que, previamente, mandam o presente via Correios, pois: “Mandou. Chegou!”; ou até mesmo um cartão impalpável, inempírico, via e-mail.

Assim, amado leitor, com a robótica em ascensão, o que “me assusta” é que não tardará o dia em que comemoraremos o dia das mães, independente da Réia, Cibele, Maria, ou a da mãe da Anna Jarvis; pois o que importará é a viral mamãe virtual, que possui uma bolsa lacrimal, altamente sensível e ajustada que, além de lágrimas oculares, farão brilhar aqueles olhos mecânicos repletos de sentimentos programados.

Bem vindo à pós-modernidade!!


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mataram o Capitalismo!?

Durante anos de gradativas leituras, pensei que chegaria o dia em que algum anti-capitalista declarasse num púlpito a morte do sistema de capitais.

Caso ainda queiram isso, existe um detalhe que os assassinos precisam enxergar, se possível com uma cirurgia contra a catarata, pois existem pessoas que não vêem o incêndio nem que, seu cabelo esteja queimando. Mencionar sobre o capital é intrínseco e prévio, aludir sobre o trabalho.

O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A história do “Dia do Trabalho” remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago, nos EUA. No dia 1º de maio desse ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições, entre elas, a redução da jornada de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia, ocorreu nos EUA uma grande e geral greve dos trabalhadores. Dois dias após os acontecimentos, num conflito envolvendo policiais e empregados, provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar nos manifestadores. O resultado foi a morte de doze protestantes, além de policiais, e dezenas de pessoas feridas.

Considera-se que foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Porém não o único. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o “Dia Mundial do Trabalho”, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur da Silva Bernardes. Ocorre que somente em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu, o irrelevante e hilário, salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer).

Todavia, a luta ao ilusionista trabalho digno antecede e sucede tais acontecimentos. Ele é histórico. Karl Marx, um dos mais conhecidos, foi filósofo e autor comunista, e também esteve em brigas trabalhistas. Durante seu funeral, diante de tantas homenagens, foi prestada uma em especial de um de seus amigos, em que foi afirmado:


“Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. [...] Como conseqüência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando a necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários − das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América − e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal”.


Eu faria um adendo. Como conseqüência, Marx e tantos outros, só incentivaram o capital. Mencionaram tanto ele, que o valorizou mais ainda. Não pressuponho culpados, apenas contem os fatos. Porém, o que me “espanta” é por que tantos querem, cegamente, num nevoeiro mental, matar o capitalismo? Não entendo e questiono, entendendo, pelo fato dele ser cada um de nós. O sistema capitalista que tantos atacam, não existe por si. E, substituí-lo por um Comunismo, por exemplo, faria pouca ou nenhuma diferença. A representação do comunismo já existe no mundo!! Não vejo melhoria mundial. Sinto que se todos fossem comunistas, queríamos ser capitalistas. Essa balança é que faz a briga. A insatisfação não está no sistema, mas nas pessoas. Quer matar o capitalismo? Assassine todos, a começar por si próprio.

Desde 1950, William Golding, em seu livro “O Senhor das Moscas”, já alertava em seu conto a evidência de que o ser humano passou a ser civilizado. As pessoas não se suportam, por isso há conflitos; infelizmente as pessoas são em maioria egoístas e apenas com regras nos preocupamos com o outro, mesmo sabendo que com tal atitude não deixamos de nos preocupar com nós mesmos. As regras são a base da sociedade, e em conseqüência dos sistemas!!

Socialmente, é tudo sem anexo, mas com nexo. Apenas vejo que, nessa disputa, cada vez mais nos tornamos regredidos impedindo-nos de chorar pelo fim da inocência, idolatrando (sem consciência) a escuridão humana e montando estratagemas para uma guerra final. É isso que se constrói para tantas reivindicações massificantes por interesses particulares e não sociais.

Sem mais interromper-lhes, senhores trabalhadores, apenas quero destacar que, o dia que houver realmente interesse mundial nas situações de trabalho, penso que devemos nos encontrar na privada, pois só lá falaremos a mesma língua.


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