sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mataram o Capitalismo!?

Durante anos de gradativas leituras, pensei que chegaria o dia em que algum anti-capitalista declarasse num púlpito a morte do sistema de capitais.

Caso ainda queiram isso, existe um detalhe que os assassinos precisam enxergar, se possível com uma cirurgia contra a catarata, pois existem pessoas que não vêem o incêndio nem que, seu cabelo esteja queimando. Mencionar sobre o capital é intrínseco e prévio, aludir sobre o trabalho.

O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A história do “Dia do Trabalho” remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago, nos EUA. No dia 1º de maio desse ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições, entre elas, a redução da jornada de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia, ocorreu nos EUA uma grande e geral greve dos trabalhadores. Dois dias após os acontecimentos, num conflito envolvendo policiais e empregados, provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar nos manifestadores. O resultado foi a morte de doze protestantes, além de policiais, e dezenas de pessoas feridas.

Considera-se que foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Porém não o único. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o “Dia Mundial do Trabalho”, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur da Silva Bernardes. Ocorre que somente em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu, o irrelevante e hilário, salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer).

Todavia, a luta ao ilusionista trabalho digno antecede e sucede tais acontecimentos. Ele é histórico. Karl Marx, um dos mais conhecidos, foi filósofo e autor comunista, e também esteve em brigas trabalhistas. Durante seu funeral, diante de tantas homenagens, foi prestada uma em especial de um de seus amigos, em que foi afirmado:


“Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar. [...] Como conseqüência, Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando a necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários − das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América − e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal”.


Eu faria um adendo. Como conseqüência, Marx e tantos outros, só incentivaram o capital. Mencionaram tanto ele, que o valorizou mais ainda. Não pressuponho culpados, apenas contem os fatos. Porém, o que me “espanta” é por que tantos querem, cegamente, num nevoeiro mental, matar o capitalismo? Não entendo e questiono, entendendo, pelo fato dele ser cada um de nós. O sistema capitalista que tantos atacam, não existe por si. E, substituí-lo por um Comunismo, por exemplo, faria pouca ou nenhuma diferença. A representação do comunismo já existe no mundo!! Não vejo melhoria mundial. Sinto que se todos fossem comunistas, queríamos ser capitalistas. Essa balança é que faz a briga. A insatisfação não está no sistema, mas nas pessoas. Quer matar o capitalismo? Assassine todos, a começar por si próprio.

Desde 1950, William Golding, em seu livro “O Senhor das Moscas”, já alertava em seu conto a evidência de que o ser humano passou a ser civilizado. As pessoas não se suportam, por isso há conflitos; infelizmente as pessoas são em maioria egoístas e apenas com regras nos preocupamos com o outro, mesmo sabendo que com tal atitude não deixamos de nos preocupar com nós mesmos. As regras são a base da sociedade, e em conseqüência dos sistemas!!

Socialmente, é tudo sem anexo, mas com nexo. Apenas vejo que, nessa disputa, cada vez mais nos tornamos regredidos impedindo-nos de chorar pelo fim da inocência, idolatrando (sem consciência) a escuridão humana e montando estratagemas para uma guerra final. É isso que se constrói para tantas reivindicações massificantes por interesses particulares e não sociais.

Sem mais interromper-lhes, senhores trabalhadores, apenas quero destacar que, o dia que houver realmente interesse mundial nas situações de trabalho, penso que devemos nos encontrar na privada, pois só lá falaremos a mesma língua.


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