segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estresse Divorcial

Há séculos, de diversas formas existe a atuação familiar: patriarcado, matriarcado e quem sabe algum dia, ou sutilmente já em vigor o filhiarcado. Uma não exclui a outra, apenas uma se torna determinante.

Há longínquos tempos, Família é uma sociedade que é adorada por muitos. Às vezes ela se desestrutura, mas sempre querem restaurá-la, ou seja, recriá-la. Fantástica é a capacidade do ser humano de tentar incansável e desesperadamente viver em grupo; mas é complicado tentar desenhar sem uma ferramenta que aplique grafia, isto é, primeiro é ser só, depois, se possível e atento, criar a possibilidade de estar com.

Uma das coisas que não ouso replicar, por enquanto, é, por que, a determinância da maioria dos doutos religiosos, que tanto ensinam em suas congregações sobre o amor e a família, são proibidos de criarem a sua? Se criassem poderiam ensinar mais proximamente seus filhos; teriam reuniões de escola, conviveriam com as pessoas que participam da vida de seus filhos, esposa ou companhiero(a), estariam em diversos lugares e não apenas com o título de religioso; e poderiam instruir num simples Contato, sendo que este é diferente de ser e ter o contato religioso. Ou não? Será que se construísse uma família entraria em conflito com os equívocos das traduções e interpretações, enfim, tradições bíblicas? Observo, outrossim, que os (religiosos) que podem se casar, não fazem muitas coisas. Então, será que criam ou reproduzem? Em tese, são questões e respostas.

É digno de nota que não precisa ser casado para ter ensinamentos de como é uma família porque não existe receita; e também não há necessidade de se ter ambos sob o mesmo teto para educar os filhos. Em ambos os casos, há apenas duas palavras unidas e amplas: criar e amar. Porém as pessoas se equivocam na aplicação.

O que destrói as capacidades humanas é a falta de amor próprio, de auto-sustentabilidade e a vontade torturante de destruir o outro, quando na realidade você nem reconhece este outro e muito menos você mesmo. Isso é o que acontece demasiadamente nas separações e nos divórcios; e neste, principalmente os litigiosos.

Minha experiência jurídica me expõe que podem ser os filhos, amigos, parentes... todos, independente da idade, sofrerem com o divórcio. Sofrem, formadora ou sinteticamente, todavia as discordâncias emergem pela ruptura do Amor Humano (entende-se: relação humanitária) e não do amor sacramental e jurídico. As pessoas não compreendem e não diferenciam; estão cegas, surdas e se descobrem de mãos e vidas vazias. Com essa ruptura de humanos, ocorre o estresse. Ele é uma soma de respostas físicas e mentais da incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais.

Ouço sempre que estamos em progresso. No governo da humanidade, ou seja, juridicamente, a evolução é jocosamente notável, pois ainda possuímos batalhas, juízes, arenas, público, tortura física e psíquica. Prole, amigos e parentes estressados são pressionados a serem testemunhas e a favorecer uma parte, sendo que nenhum dos que disputam são importantes. Apenas alguém sorrateiramente tem que vencer. Após os conclusos, aumenta o nível de estresse.

Não é a separação em si que rompe o psiquismo e que tortura. Pais continuam a serem pais. Filhos, amigos, parentes e desconhecidos continuam a serem eles. As pessoas insensíveis e confusas suscitam rigidez e conflitos. O que acontece é que as definições de vida, existência, família, união, amor, relação, casamento e esperança são fantasiosas. As pessoas aprenderam e ensinam muitas vezes ilusão, e fazem engendrar hipocrisia, mentiras, hostilidades e infelicidades, se esquecendo que isso também está sendo doutrinado; alguém está apreendendo.

Através disto, eu, mesmo cansado, mas ainda amando, solicito a Vossa Senhoria que entenda a gênese existencial, a raiz de sua existência que é a da humanidade; visto que, é uma possibilidade que o estresse divorcial, que está em voga, possa ser destrutivo e simultaneamente um admirável e sutil professor; um instrutor que com seu giz ilusório, traça em sua lousa imaginária, as atividades, que caso sejam ressignificadas, não impedem, que mesmo com menos volume, um fardo seja um fardo; e que o carreguemos para toda a existência; e ainda que, ao toque de um impetuoso sinal escolar, seus estudantes sairão felizes e ensinarão em casa ou em qualquer outro ambiente o que foi tão divertido de aprender.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Criação de Relacionamentos Humanos

O cinema sempre me encantou; é uma arte, uma forma de comunicação. É incrível como as pessoas podem criar diversas situações, sendo algumas integralmente, e outras, sempre, no mínimo em um aspecto, baseadas na realidade.

Independente do gênero, o cinema pode ensinar e muito podemos aprender para educar. Talvez alguém diga que com o gênero de Terror ou Horror iríamos aprender ou ele iria contribuir para desenvolvermos a capacidade de torturar. Todavia, todos sabem torturar; até um bebê morde e tortura o seio que o alimenta. Isso não é novidade e muito menos algo particular de alguma teoria psicológica; isso está na existência. Não excluo essas possibilidades negativas afirmadas. Considero que pensar demasiadamente nelas é potencializá-las; todavia, equilibradamente, refleti-las, é não deixar para segundo plano o que se poderia humanitariamente aprender, ensinar e novamente tomar conhecimento com a grandiosidade de oportunidades cinematográficas.

Em 2008, o cinema nos prestigiou com uma incrível película: “Between Love and Goodbye”. Diriam alguns que é um filme homoafetivo. Eu diria que é isso, mas não apenas. Como expus acima, muito podemos aprender independente da temática. Ele conta a história de Marcel e Kyle, que possuem nacionalidades distintas e estão morando e namorando no mesmo país. Foi paixão no primeiro encontro, que se desenvolve num romance perfeito, admirável aos olhos de todos. Mesmo que eles não possam legalmente se casar, eles encontram uma maneira de fazer isso acontecer. Surge um terceiro na relação, a irmã de Kyle. O casal, juntos, podem superar qualquer obstáculo, qualquer barreira, só que ao longo do filme o casal perfeito cai precipitadamente em possessividade, inveja e raiva, esquecendo-se temporariamente que a união poderia auxiliá-los. Infelizmente, somente no final trazem o amor e o respeito para o primeiro plano, e a inesperável tragédia acontece para o pranto e/ou aprendizagem de quem assiste milésimamente os segundos e não podem fazer nada.

Essa é a dádiva do cinema, enquanto telespectador não podemos nada fazer, mas podemos apreender os pontos significativos que nos direcionam e com o aprendizado podemos criar em nossa existência, ramificando, até mesmo sem percebermos, para nossos confluentes, elaborando uma corrente sustentável. Tudo nos ensina. Por isso, como aplicação, destaquemos da história cinematográfica contada três palavras: Amor, União e Casamento, observando principalmente a participação de terceiros numa relação, qualquer que seja. Agora, utilizemos a mesma história.

Imagine que você é Marcel e a pessoa que você diz que ama ou que você idealiza amar, mesmo que não tenha fisionomia, seja Kyle (independente de gênero sexual). Vocês vivem um romance perfeito: compreensivos, amáveis, respeitadores, possuem suas particularidades, são unos e reconhecem a complementariedade do estar com, recriando cotidianamente o relacionamento. Vocês poderiam criar uma bela família. Não sei quem foi o idealizador da máxima, mas dizem que casar com alguém é casar com a família. Foi assim com você e Kyle. Aparece a irmã deste e por diversas razões, sendo elas também pessoais, essa irmã sutilmente usa a irmandade e desestrutura o que era lindo e maravilhoso. Porém ela não fez isso sozinha e na realidade, se observarmos adequadamente, o relacionamento continua perfeito. Porém, vocês, o casal, ofereceram possibilidades para isso; vocês consideraram outras situações como emergentes (a possessividade, a inveja e a raiva) levando ao desentendimento. As forças da União-Amor, não sustentaram a Impetuosidade de vocês; são linhas simultâneas, mas com destinos contraditórios. Não vejo culpados no caso; houve inércia, alienantes e alienados; enfim, todos colaboraram e sempre cooperam para o fato acontecer.


Essa história, bem como a paráfrase que você participou pode ser o seu conto e/ou já presenciado por você, independente da sexualidade ou do estilo de relação que se estabeleceu na sua idealização. Nisto,

a) confio que todas as relações possuem capacidade para serem amorosas.
b) informo-vos que casar nunca é com a família do outro, porém é conviver com ela. Todavia, cada um dos terceiros tem que possuir seus limites, sugeridos pelo casal ou auto-inspirado. (A sentença é verdadeira para todas as relações, quer seja amistosas ou amorosas).

Por fim, lembro-vos que o amor e a perfeição não são estáticos, e continuarão a ter barreiras, portanto, não devemos deixar de apreender o que o universo nos oferece, para recriar incansavelmente esse amor. Vocês escolhem a possibilidade, pois todos podem ser perfeitos ou, no melhor dos piores casos, continuamente escorregar entre o amor e o “adeus”. Ambas as possibilidades são ativas, porém uma, a primeira, é criativa e a outra destrutiva. Por isso, como você pretende agir? Que estilo de relacionamentos NA SOCIEDADE você deseja construir?


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Centros Educacionais do Amor

Martin Heidegger, filósofo alemão no século XX, considerando o seu método fenomenológico afirmou que nem todas as construções são moradas. Parafraseando-o sustento o axioma de que nem todas as instituições escolares são lugares de educação, muitas são de adoração.

Participando, junto com minha Amiga Profissional e Pessoal, de uma aula numa instituição escolar, com o objetivo de buscar recrutas para refletir e praticar a existência surgiu de alguns alunos a questão de quem foi a “pessoa” que criou a escola. O educador, pouco disse, mas tentou argumentar. Rapidamente muitas situações observamos e escutamos, o que posteriormente pudemos experienciar mutuamente no decorrer dos meses com nossos recrutas-agentes.

Primeiramente não foi uma pessoa que criou a escola, mas a união de agentes. Ao contrário de muitos afirmarem que foram com os colonizadores europeus, a introdução escolar não se iniciou nesse período.

A idéia surgiu da filosofia dos gregos antigos. Eles se reuniam em praças públicas para praticar a arte do conhecimento e trocar idéias. É claro que não são todos que podiam participar. Naquele período já havia as leis políticas sendo que as mulheres e os estrangeiros, entre outros eram excluídos.

Se pensarmos que a instituição escolar é um local onde há a troca de idéias, não podemos pensar numa prática em hierarquia: às vezes presidente, e sempre diretor, coordenador, professor e aluno. Todos ensinam, e todos, se quiserem, na possibilidade da oportunidade podem aprender. Nesse local, quando é visada a educação e não a adoração, é um magnífico campo de sublimidade. São diferentes pessoas, histórias distintas que por isso geram conflitos e que na medida do possível poderiam em gradação ser também utilizados como experiência de ensino social e do principal: amor-respeito.

Infelizmente há muito tempo a Educação é banalizada. E o pior, os triviais se encontram lá. É claro que existe quem se manifesta contra isso, quem pratica uma educação verdadeiramente prostituta[1] e democrática, todavia são poucos e confesso que temos que ser sutis. Somos apedrejados e condenados, e a fofoca (que expressa o que até então não existia) passa a ser uma pedra atirada aos amorosos educacionais. Porém, por que não recolher estas pedras e construir um monumento?!

Para quem observa, sente, reflete e pratica, podem confirmar que tais instituições são, atualmente, Casas com celas penitenciárias. Os participantes que estão em silêncio, bem como os que gritam, brigam, choram e receiam são diagnosticados, entre outros, com hiperatividade, depressão e esquizofrenia. Porém eles estão clamando por piedade, por compaixão ao seu existir, ao existir humanitário e do conhecimento. Vocês não sentem, não ouvem, não veem?


Encontramos muitas coisas nesta longa e às vezes estranha jornada que chamamos de vida, mas sobretudo encontramos a nós mesmos. Quem realmente somos e o que é mais importante par nós. Aprendemos o que é verdadeiramente o amor e o que são os relacionamentos. Encontramos a coragem para abrir caminho através da raiva, das lagrimas e do medo (Kessler; Kübler-Ross. Os Segredos da Vida, 2004, p. 56).


Perguntaram a Michelangelo, o grande artista da Renascença, como ele criava magníficas esculturas como a Pietà ou David. Ele explicou que simplesmente imaginava que a estátua já existia dentro do bloco de mármore bruto e era suficiente desbastar o excesso para revelar o que sempre esteve presente (Ibidem, p. 14).


Pensando num lugar de reflexão e prática, encontro muitos. Não são dentro da maioria desses muros escolares que são adoradores do desrespeito, da insensibilidade, da irreflexão e do desamor que serão ensinadas às pessoas a sentirem, refletirem e praticarem o que adquirem do processo ensino-aprendizagem. Há muitos lugares que poderiam ser complementares: num museu, num teatro, entre outros, até mesmo numa praça pública; enfim, na Sociedade. São nestes lugares que poderíamos, e estamos tentando, ensinar, bem como propagar tais ensinamentos pintando as paredes residenciais, ou vice-versa, observando a mutualidade. Não seriam Escolas, contudo, notando que todo lugar é ambiente de educação deveríamos nos referir a eles como Centros Educacionais de Amor (ou abreviadamente, Cenedam).

__________
[1] Prostituta «lat[im] prostitŭo,is,ī,ūtum,ĕre 'colocar diante, expor, apresentar à vista; pôr à venda; mercadejar com a sua eloqüência; prostituir, divulgar, publicar', de pro- 'na frente, diante de' + statuĕre 'pôr, colocar, estabelecer; expor aos olhos', de stātus,us 'repouso, imobilidade; atitude, postura (de um combatente); assento, situação; estado das coisas, modo de ser', do rad[ical] de stātum, sup[i]n[o] de stāre 'estar'». Nisto, no Life Prostitute, compreende-se como colocar o conhecimento – racional e emocional – à frente, expondo-o, praticando-o, vital e existencialmente, enfim, num modo de ser (estilo) de atitude.


domingo, 4 de outubro de 2009

Educação: Importante ou Prioridade?

Educação, Estudo, Aprendizagem. Palavras que representam imensos esforços; possuem simples ações e podem movimentar multidões. Todavia, são atualmente ações isentas de criatividade, bem como deturpadas pelo capital. Referindo-se à multidão: um formigueiro é mais potente que a potência de uma formiga; 10 volts é uma força eletromotriz, porém inferior a 120 volts.

Frise-se que o Ser está existencialmente em constante aprendizado; seu processo de educação advém de contatos/relações, e é sempre uma educação no presente, sobre o passado, para o futuro. E, já que a educação é comandada por um Sistema que visa lucro, o ensino transmitido de relação para relação é favorável a um Ter e não a um Ser Criativo, infelizmente. A transmissão educacional (passado-presente-futuro) não permite criar, apenas reproduzir.

Não são todos, porém, percebe-se que a falta de inovação pessoal impede que se indague sobre os acontecimentos sociais e políticos, bem como pessoais, em que se encontra este conjunto de pessoas.

Este é um assunto mui amplo, e interminável, requerendo muitos argumentos. Aqui, será apresentada uma pequena, mas significativa, pré-introdução, cumulada aos artigos anteriores, porém, confiando no despertar criativo de cada um, necessita-se que VOCÊ, que cada Ser pensador e emocional, busque investigar e transmitir, com atenção, as situações sócioeducacionais, pois a Educação está além do recinto das conhecidas instituições escolares.

O que é necessário, neste momento, atribuindo ao sistema educativo, é responder se ele é importante ou prioritário. Já sabemos que ele é uma questão humana, e devemos entender, outrossim, que ele não deve continuar a ser reprodutor. O ato de estudar, e sua classificação social – prioridade ou importante – exigem mais atenção e compreensão.

Sendo assim, é complexo responder a esta questão. Inicialmente responderia: “Depende.” Baseando-se nos antagonismos de duas classes sociais, que infelizmente vigoram, tentar-se-á entender as dificuldades de responder à pergunta que inicialmente pode parecer tão simples. Arriscar-se-á, também, neste ínterim, continuar a refletir sobre a questão, tendo noção prévia de que são muitas situações contribuintes.

Assim, não generalizando, pode-se observar que o apoio a uma educação prioritária vem de uma classe menos preocupada com a saúde, alimentação, moradia... Menos porque possuem e obtém recursos de fácil alcance que possibilitem solucioná-los.

Entretanto, os que consideram a educação como importante estão em seu modo de viver contraditórios à postura e estilo de vida dos prioritários. Então, com isso compreende-se que para uma classe considerada baixa, as necessidades básicas para a sua sobrevivência e a de seus familiares que, em teoria, são asseguradas pelas Constituição Federal e primeiramente pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, é a extrema prioridade, levando a educação para um segundo plano. À vista disso, pensando na questão, depende; os seres pouco possuem, mas muitos direitos lhes estão teoricamente disponíveis.

Nesse momento, não se pode negar que há divergências significativas quanto à questão. Portanto, todos que estão tendo a possibilidade e oportunidade de leitura, se enganam se afirmarem que aprenderam algo. É necessário para isso, pensar e sentir a verdadeira educação: pois ela é construída em íntegros momentos, por todos e não de poucos sobre muitos; não de um autor para um leitor, pois um e outro demonstram suas idéias, suas reflexões e sensações: ambos devem ingeri-la, mastigá-la, digeri-la, compreendê-la e praticá-la, visto existirem muitos teóricos e poucos práticos.


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