segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Criação de Relacionamentos Humanos

O cinema sempre me encantou; é uma arte, uma forma de comunicação. É incrível como as pessoas podem criar diversas situações, sendo algumas integralmente, e outras, sempre, no mínimo em um aspecto, baseadas na realidade.

Independente do gênero, o cinema pode ensinar e muito podemos aprender para educar. Talvez alguém diga que com o gênero de Terror ou Horror iríamos aprender ou ele iria contribuir para desenvolvermos a capacidade de torturar. Todavia, todos sabem torturar; até um bebê morde e tortura o seio que o alimenta. Isso não é novidade e muito menos algo particular de alguma teoria psicológica; isso está na existência. Não excluo essas possibilidades negativas afirmadas. Considero que pensar demasiadamente nelas é potencializá-las; todavia, equilibradamente, refleti-las, é não deixar para segundo plano o que se poderia humanitariamente aprender, ensinar e novamente tomar conhecimento com a grandiosidade de oportunidades cinematográficas.

Em 2008, o cinema nos prestigiou com uma incrível película: “Between Love and Goodbye”. Diriam alguns que é um filme homoafetivo. Eu diria que é isso, mas não apenas. Como expus acima, muito podemos aprender independente da temática. Ele conta a história de Marcel e Kyle, que possuem nacionalidades distintas e estão morando e namorando no mesmo país. Foi paixão no primeiro encontro, que se desenvolve num romance perfeito, admirável aos olhos de todos. Mesmo que eles não possam legalmente se casar, eles encontram uma maneira de fazer isso acontecer. Surge um terceiro na relação, a irmã de Kyle. O casal, juntos, podem superar qualquer obstáculo, qualquer barreira, só que ao longo do filme o casal perfeito cai precipitadamente em possessividade, inveja e raiva, esquecendo-se temporariamente que a união poderia auxiliá-los. Infelizmente, somente no final trazem o amor e o respeito para o primeiro plano, e a inesperável tragédia acontece para o pranto e/ou aprendizagem de quem assiste milésimamente os segundos e não podem fazer nada.

Essa é a dádiva do cinema, enquanto telespectador não podemos nada fazer, mas podemos apreender os pontos significativos que nos direcionam e com o aprendizado podemos criar em nossa existência, ramificando, até mesmo sem percebermos, para nossos confluentes, elaborando uma corrente sustentável. Tudo nos ensina. Por isso, como aplicação, destaquemos da história cinematográfica contada três palavras: Amor, União e Casamento, observando principalmente a participação de terceiros numa relação, qualquer que seja. Agora, utilizemos a mesma história.

Imagine que você é Marcel e a pessoa que você diz que ama ou que você idealiza amar, mesmo que não tenha fisionomia, seja Kyle (independente de gênero sexual). Vocês vivem um romance perfeito: compreensivos, amáveis, respeitadores, possuem suas particularidades, são unos e reconhecem a complementariedade do estar com, recriando cotidianamente o relacionamento. Vocês poderiam criar uma bela família. Não sei quem foi o idealizador da máxima, mas dizem que casar com alguém é casar com a família. Foi assim com você e Kyle. Aparece a irmã deste e por diversas razões, sendo elas também pessoais, essa irmã sutilmente usa a irmandade e desestrutura o que era lindo e maravilhoso. Porém ela não fez isso sozinha e na realidade, se observarmos adequadamente, o relacionamento continua perfeito. Porém, vocês, o casal, ofereceram possibilidades para isso; vocês consideraram outras situações como emergentes (a possessividade, a inveja e a raiva) levando ao desentendimento. As forças da União-Amor, não sustentaram a Impetuosidade de vocês; são linhas simultâneas, mas com destinos contraditórios. Não vejo culpados no caso; houve inércia, alienantes e alienados; enfim, todos colaboraram e sempre cooperam para o fato acontecer.


Essa história, bem como a paráfrase que você participou pode ser o seu conto e/ou já presenciado por você, independente da sexualidade ou do estilo de relação que se estabeleceu na sua idealização. Nisto,

a) confio que todas as relações possuem capacidade para serem amorosas.
b) informo-vos que casar nunca é com a família do outro, porém é conviver com ela. Todavia, cada um dos terceiros tem que possuir seus limites, sugeridos pelo casal ou auto-inspirado. (A sentença é verdadeira para todas as relações, quer seja amistosas ou amorosas).

Por fim, lembro-vos que o amor e a perfeição não são estáticos, e continuarão a ter barreiras, portanto, não devemos deixar de apreender o que o universo nos oferece, para recriar incansavelmente esse amor. Vocês escolhem a possibilidade, pois todos podem ser perfeitos ou, no melhor dos piores casos, continuamente escorregar entre o amor e o “adeus”. Ambas as possibilidades são ativas, porém uma, a primeira, é criativa e a outra destrutiva. Por isso, como você pretende agir? Que estilo de relacionamentos NA SOCIEDADE você deseja construir?


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