
Há longínquos tempos, Família é uma sociedade que é adorada por muitos. Às vezes ela se desestrutura, mas sempre querem restaurá-la, ou seja, recriá-la. Fantástica é a capacidade do ser humano de tentar incansável e desesperadamente viver em grupo; mas é complicado tentar desenhar sem uma ferramenta que aplique grafia, isto é, primeiro é ser só, depois, se possível e atento, criar a possibilidade de estar com.
Uma das coisas que não ouso replicar, por enquanto, é, por que, a determinância da maioria dos doutos religiosos, que tanto ensinam em suas congregações sobre o amor e a família, são proibidos de criarem a sua? Se criassem poderiam ensinar mais proximamente seus filhos; teriam reuniões de escola, conviveriam com as pessoas que participam da vida de seus filhos, esposa ou companhiero(a), estariam em diversos lugares e não apenas com o título de religioso; e poderiam instruir num simples Contato, sendo que este é diferente de ser e ter o contato religioso. Ou não? Será que se construísse uma família entraria em conflito com os equívocos das traduções e interpretações, enfim, tradições bíblicas? Observo, outrossim, que os (religiosos) que podem se casar, não fazem muitas coisas. Então, será que criam ou reproduzem? Em tese, são questões e respostas.
É digno de nota que não precisa ser casado para ter ensinamentos de como é uma família porque não existe receita; e também não há necessidade de se ter ambos sob o mesmo teto para educar os filhos. Em ambos os casos, há apenas duas palavras unidas e amplas: criar e amar. Porém as pessoas se equivocam na aplicação.
O que destrói as capacidades humanas é a falta de amor próprio, de auto-sustentabilidade e a vontade torturante de destruir o outro, quando na realidade você nem reconhece este outro e muito menos você mesmo. Isso é o que acontece demasiadamente nas separações e nos divórcios; e neste, principalmente os litigiosos.
Minha experiência jurídica me expõe que podem ser os filhos, amigos, parentes... todos, independente da idade, sofrerem com o divórcio. Sofrem, formadora ou sinteticamente, todavia as discordâncias emergem pela ruptura do Amor Humano (entende-se: relação humanitária) e não do amor sacramental e jurídico. As pessoas não compreendem e não diferenciam; estão cegas, surdas e se descobrem de mãos e vidas vazias. Com essa ruptura de humanos, ocorre o estresse. Ele é uma soma de respostas físicas e mentais da incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais.
Ouço sempre que estamos em progresso. No governo da humanidade, ou seja, juridicamente, a evolução é jocosamente notável, pois ainda possuímos batalhas, juízes, arenas, público, tortura física e psíquica. Prole, amigos e parentes estressados são pressionados a serem testemunhas e a favorecer uma parte, sendo que nenhum dos que disputam são importantes. Apenas alguém sorrateiramente tem que vencer. Após os conclusos, aumenta o nível de estresse.
Não é a separação em si que rompe o psiquismo e que tortura. Pais continuam a serem pais. Filhos, amigos, parentes e desconhecidos continuam a serem eles. As pessoas insensíveis e confusas suscitam rigidez e conflitos. O que acontece é que as definições de vida, existência, família, união, amor, relação, casamento e esperança são fantasiosas. As pessoas aprenderam e ensinam muitas vezes ilusão, e fazem engendrar hipocrisia, mentiras, hostilidades e infelicidades, se esquecendo que isso também está sendo doutrinado; alguém está apreendendo.
Através disto, eu, mesmo cansado, mas ainda amando, solicito a Vossa Senhoria que entenda a gênese existencial, a raiz de sua existência que é a da humanidade; visto que, é uma possibilidade que o estresse divorcial, que está em voga, possa ser destrutivo e simultaneamente um admirável e sutil professor; um instrutor que com seu giz ilusório, traça em sua lousa imaginária, as atividades, que caso sejam ressignificadas, não impedem, que mesmo com menos volume, um fardo seja um fardo; e que o carreguemos para toda a existência; e ainda que, ao toque de um impetuoso sinal escolar, seus estudantes sairão felizes e ensinarão em casa ou em qualquer outro ambiente o que foi tão divertido de aprender.

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