terça-feira, 5 de julho de 2011

The Myth of Success

 O Mito se refere a uma narração ou um discurso que é simbólico, e seu objetivo é o de explicar o fenômeno do ser no mundo através de deuses, semideuses e heróis. Já o Sucesso, é um termo datado de 1530 e expressa, etimologicamente, o sentido de resultado, de avanço, originando-se do latim, succedere, isto é, vir depois.

Em tempo anterior a 1530, as civilizações possuíam a prática de alcançar seus resultados, avançar em seus planos, porém não utilizavam tal terminologia – concentravam-se em conquistas. Posteriormente a esta data, a humanidade instrui um mito renascentista, em que na atualidade, quase todos querem, oram, imploram – num rito – pelo sucesso, sem compreendê-lo. Tentar dominá-lo, não é real e régio, é uma fantasia.

Mimi Schmir confessa nas falas de uma personagem no roteiro de Save Me, expressando sobre a fantasia:


Lembra quando você era uma criança e acreditava em contos de fadas? Naquela fantasia de como seria sua vida [(...) e de como os personagens dos contos] estavam tão próximos que você poderia senti-los. Mas, eventualmente, você cresce. Um dia você abre seus olhos e o conto de fadas desaparece. [...] é difícil de abandonar aquele conto de fadas inteiramente porque quase todo mundo tem uma pequena esperança, uma fé, de que um dia abrirão os olhos e tudo se tornará verdade.

Veem-se pessoas desesperadas e outras se sentindo arruinadas social e psicologicamente, entre os motivos, também pelo fato de procurarem o País das Maravilhas, e melhor afirmando, o lugar do sucesso.

Este lugar é imaginário; se ele fosse preenchido, seria destruído e não haveria condições de outra pessoa ocupá-lo, não haveria mais o sucesso a ser almejado. O objetivo do marketing do sucesso é mantê-lo vazio, para que todos os excluídos aspirem por ele, ofertando crenças sobre possíveis pessoas – exaltadas como heróis – que o conseguiram. Por consequência, os seduzidos, querem preenchê-lo para se acomodar, sendo ainda significativo, conferir os sucessos da neutralidade científica.

Kuhn (1962/2006), por exemplo, sugere que os cientistas muitas vezes são treinados para considerar uma teoria errada historicamente em função da comunidade científica em que estão inseridos. [...] Hagstrom (1979) demonstra como os cientistas, muitas vezes, são levados a escolher determinadas áreas, teorias e temas de pesquisa devido ao reconhecimento social que lhes proporcionarão, o que faz, com que, ao mesmo tempo, rechacem áreas supostamente ultrapassadas, e/ou polêmicas na ciência, porque diminuiriam as suas chances de sucesso (CRUZ, 2010, p. 490).

O ser científico, muitas vezes, utiliza-se do Ter o Interesse para se suceder, isto é, ter bom resultado.

As pessoas não possuirão o sucesso, pois este é um mito; elas desfrutam de conquistas: uma a uma, em diversos momentos, e, complementando com Schmir, "é como se um dia você percebesse que o conto de fadas pode ser levemente diferente do que você sonhou".

Para perceber as conquistas, poucas pessoas possuem o real, o íntegro e o essencial interesse; percebê-las, compromete a quem pratica tal ato, a ser arraigado em objetivos e planos mapeáveis que garantem o desenvolvimento original do ser no mundo, simplesmente, através da observação e pragmática da Trindade Tpg-eiana: Possibilidade, Acessibilidade e Oportunidade (PAO).

À vista disso, com o atual desenvolvimento da sociedade pelos humanos, não possuir ciência The Myth of Success é como caminhar contrário à luz; no entanto, pode-se crer no que desejar, é o que a maioria faz – o translado social; e, como o diálogo da anedota do roteirista Jeff Astrof, em Make a WISiH:

− Nós acreditamos nisso e temos muito sucesso – afirma o filho.
− Todos os idiotas acham que terão sucesso. Por isso são idiotas – contesta o pai.
− Somos idiotas diferentes – replica o filho.


sábado, 4 de junho de 2011

O Goblin e o Gold no Ensino e nas Profissões

As instituições estão em todos os locais sociais, e são organizações que ora coordenam ora controlam o funcionamento da sociedade.

Ouve-se, frequentemente, que nas instituições trabalhistas se necessita de profissionais ascendentes com formações quantitativas honrosas sendo estas formações vinculadas às instituições de ensino superiores qualificadas.

Entretanto, observando as atuações de diversas instituições, principalmente a de nível de ensino superior, na perspectiva da fenomenologia pragmática, nota-se que poucas distinguem e compreendem o que são Qualidade, Ensino e Formação. Em consequência, nas instituições empresariais, empregador e prestador de serviços, atuam com ausência de gravidade, flutuando numa confusão administrativa e mental.

Atualmente, toda instituição de ensino, em qualquer nível, apenas tem condições de informar. Nenhuma possui o poder de formar. A formação é contínua e ocorre durante toda a existência vital, como afirmam a psicopedagogia e a psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem humana. Nisto o ensino qualitativo é praticado pela didática de plataformas, principalmente, as comunicacionais e as relacionais que se conectam simultânea e frequentemente, e não exclusivamente as pedagógicas. Portanto, a qualidade ocorre quando as instituições reconhecem tais pontos e se objetivam em desenvolver a práxis – e não teorias e/ou práticas. Todavia, não se construindo a existência de tais condições de ensino em muitas instituições, nas de aprendizagem e nas profissionais, apela-se os Goblins para encontrar Golds.

Os Goblins emergiram no folclore nórdico, e, na lenda, normalmente estão associados às condutas nocivas, possuindo em algumas mitologias intenso poder de controle. Porém, são seres de pouca inteligência e hábitos selvagens e que moram em cavernas – talvez, como aquela representada pelo Mito da Caverna de Platão –, sendo uma significativa característica do Goblin o interesse em Ouro – Gold –, acumulando infinita riqueza, mas não a utilizando apropriadamente.

Nas instituições de ensino, quando existem os Goblins, estes são os responsáveis pelos profissionais que são intensamente titulados, bajulados, considerados como Ouro, peças indispensáveis, pois são arrecadados para falsificar: qualidade, ensino e formação. O Ouro é utilizado, ambivalentemente, por instituições que necessitam de um atrativo devido à emergência em inflar seu caixa financeiro e na intenção de mostrar que estão promovendo um ensino efetivo e fidedigno; os Goblins institucionais são semelhantes aos portadores da Síndrome de Münchausen, porém ao invés de falsificar sintomas de doenças, eles simulam a glória. Essas instituições apoiam cursos cujo ensino seja formativo e teórico e não o informativo que requisitam recursos em práxis e criatividade, que deveriam ser articulados ao Interesse.

Nisto, para as instituições empresariais, os profissionais “formados” por Golds e Goblins, ao estabelecerem um cargo, pensam somente neste, e a partir do atual contexto formativo, trabalham no caos não criativo, visto que aprenderam a valorizar atuações goblínicas e não as de L’attitude.

Exempli gratia, eis alguns trechos do que se expressa no documentário Inside Job (2010), referente à crise financeira mundial:



[...]

Os homens que destruíram suas próprias companhias e levaram o mundo para uma crise, saíram de cena com sua fortuna intacta. [...] O crescimento do poder do setor financeiro americano foi parte de uma mudança maior nos EUA. Desde os anos 1980, os EUA tornaram-se uma sociedade mais desigual e sua dominância econômica tem caído. Companhias como General Motors, Chrysler e US Steel antigamente o coração da economia americana, foram mal geridas e estão ficando para trás de seus concorrentes estrangeiros. [...] Por que um engenheiro financeiro deve ser pago de 4 a 100 vezes mais que um engenheiro de verdade? Um engenheiro de verdade constrói pontes. Um engenheiro financeiro constrói sonhos. E, quando esses sonhos se tornam pesadelos, outras pessoas pagarão por eles. [...] Um médico pesquisador escreve um artigo dizendo: ‘Para tratar esta doença você deve receitar esta droga’. Acontece que o médico tem 80% de seus ganhos pessoais vindo do fabricante da droga. Isto não te incomoda? [...] Os presidentes da Universidade de Harvard e Columbia se recusaram a comentar o conflito de interesses acadêmicos. [...]



Para um memorando simples, observe um folder publicitário institucional, note que sempre há uma menção titular ascendente, Gold, como se favorecesse proeminência. Mas, informá-lo é significativo, no entanto, por muitas circunstâncias e conflitos institucionais pode não ser relativo.

As pessoas são influenciadas por uma cultura que privilegia Ter o Interesse e que hipnótica e encantadamente canta: “[...] que se dane o mundo [...]”; ou seja, nesse contexto, se privilegia a posse, uma bagagem, porém, estas deveriam ser reflexivamente vistoriadas, pois, muitas podem ter sido furtadas e/ou ficcionalmente organizadas, devendo ainda se compreender que você está no mundo e o constrói com suas bagagens e interesses, e, utilizando o verbo, se ele se danar você se dana.

Contudo, agora, no século XXI, olhando inflexivelmente apenas para uma direção, as pessoas não pesquisam em seu acervo, acessível em mind cellardoor – supondo que o tenham –, SONHAM com o amanhã e não percebem o que está e podem desenvolver, (re)organizar e criar. Lovely Gold... for Goblin!


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