terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Importância do (Des)equilíbrio Emocional

Tempo! Templo! Tempo! Templo! Armadas com estoque muitas pessoas lutam e desejam controlá-los; desejam mais... Entretanto, nos momentos que possuem permanecem distraídas no tempo, templo... muitas vezes se isentando de construir e participar de sua fiel história existencial que é repleta de emoções e expressões: pintamos, esculpimos, compomos e escrevemos (com) sensação; e como expressou a soprano estadunidense Beverly Sills: “a arte é a assinatura da civilização”.

Ao pensarmos e pesquisarmos na História se nota que seus dados são contemplados por descrições que concluem as vivências para ganhos ou fracassos, sendo que no primeiro há aplausos e coroação. Entende-se que na ciclotímica curva histórica, estas informações vivenciais – quando não são excessivamente manipuladas – são como mapas existenciais que nos direcionam a compreender as situações que vivemos atualmente, isto é, pode-se se compreender como se formou o que presenciamos e sentimos no presente, para que possamos minutar ideias para os dirigentes vindouros. Todavia, se os dados históricos são resumidos em batalhas (políticas), vitórias e poder, onde neles se encontram as emoções humanas, estas que poderiam pigmentar o mapa existencial? Quais e como foram dramatizadas as emoções das personagens históricas?

As ações registradas na História são presenciadas por humanos – biopsicossociais – porém, fato é que suas condições emocionais não estão (adequadamente) retratadas, compreendidas e, portanto, não são valorizadas. Ensina-se, trabalha-se, discuti-se... fatos, isto é, apenas sobre uma ínfima fração da totalidade, representando o quanto se desconsidera os aspectos psíquicos.

Crédito há para o objetivo, “sólido” e mensurável. Pensando na História, nela se relata e se conhece a quantidade, as características das personagens, sobre o que se alimentavam, vestiam... mas não as representações sobre os sentimentos e similares que manifestaram em sua existência. As pessoas não se limitam, nem suas histórias. O homem é um ser de pensamento racional e agitação emocional. Suas ações são cúmplices de diversos aspectos possíveis, sendo que um deles e importante, é representado pela emoção. Se os fatos nas histórias, e.g., são funcionais para compreender e direcionar a atualidade, o subjetivo, “líquido” e possível, também o é.

Mencionado a História e sua importância social, é memorável que cada um possui uma história singular numa Teia Histórica, que é ilustrada por momentos também de memórias e sentimentos perturbadores, fatigantes e assustadores, que são considerados muitas vezes causadores de mal-estar; porém, frisa-se que eles influenciam beneficamente ações e direções nos mapas existenciais. Eles são aspectos emocionais que raramente nos permitimos utilizar. São “emoções nutritivas” que arremessamos, muitas vezes, ao lixo, como alguns dos ingredientes nutricionais que descartamos inapropriadamente na cozinha. As emoções são substâncias humanas, que às vezes podem ser amargas, mas se utilizadas adequadamente podem nutrir os conflitos.

Na história pessoal, as emoções estão num caminho obscuro, e assim se encontra, pelo fato do ato de caminhar, no presente, ser uma irrelevância. Pensa-se no ponto de partida e na ilusão da chegada. Assim, caminhar no escuro faz com que cada passo pareça falso e perdido, sem direção, desequilibrando-se. Não se trata do quão rápido se chegará ao seu objetivo, mas é importante considerar que às vezes se caminha numa subida, e se sentir nela é se posicionar para o próximo passo. Por isso há necessidade de espaços psicológicos e psicopedagógicos para se compreender e desenvolver a si mesmo (com o outro), o que está em vigor, atualmente, como a última alternativa, quando é considerada.

Por fim, nesse movimento histórico, é importante se conscientizar que as pessoas, por mais que não percebam, promovem (super)ações, a partir de situações aparentemente inconvenientes, desconfortantes e (des)equilibradoras; isto é, constantemente traçam informações em seu mapa para seguir viagem, e como afirmou o poeta, crítico e dramaturgo inglês T. S. Eliot: “[...] o fim de nossa viagem será chegar ao lugar de onde partimos, e conhecê-lo, então, pela primeira vez”. Conhecer-te pela primeira vez! Tempo?


*Artigo publicado originalmente no Jornal Tribuna Regional, 19 fev. 2011.


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