Dê-me um segundo
Preciso acertar minha história [...]
Meu amante me espera do outro lado do bar
Meu assento está tomado por um óculo escuro
Perguntando por cicatrizes
Eu sei o que lhe dei há meses
Sei que está tentando esquecer
Mas entre a bebida e as coisas sutis
Os buracos em minhas desculpas
Sabe que estou tentando voltar atrás [...]
A promessa somente advém de seres desesperados; o prometido oferece às pessoas dissolvidas no espaço psicossocial o que elas desejam; assim, elas fácil e antecipadamente retribuem com ações. Com isso, frise-se que o poder não se encontra na sentença asseverada, mas na submissão de pessoas não integradas que desconectadas de possibilidades, acesso e oportunidades se reduzem em fragmentos permitindo que seus estilhaços sejam vinculados por esperanças.
A promessa é magma ígneo; sem limites atravessam pensamentos que outrora escavados por ácidos morfológicos e fonéticos reconfiguram as histórias mnemônicas e consequentemente as práticas delas sintetizadas, criando ícones insanos, habituando os sentidos e a inteligência, favorecendo a inércia.
Nesse sentido, transpor desse estado é estar consciente quanto à mágica manifestação enlevada do ato verbal e de escrituras; é simultaneamente, desenvolver a identidade integral do ente, portanto, substituindo a atual nutrição do pensamento pelo composto de possibilidades, acessibilidades e oportunidades.
O pensamento não é sentença e sim um flexível ato em processo; um fenômeno ativo, vinculante, deste modo, que favorece o reestabelecimento da compreensão de que sonhos e desejos – sutilmente empacotados pela promessa – não são para serem realizados, e sim, fontes existenciais de inspiração, promovendo o ser que olhava a vida pela janela e vivia na escuridão para efetiva e poeticamente expressar:
A calma noite que flui ao meu redor
Penetra através das portas de ferro da sua prisão
Livre pelo mundo seu espírito vai
Mãos proibidas prendendo as suas
O vento é nosso aliado
A noite deixou as portas entreabertas
Vamos nos encontrar além do portão da Terra
Onde todos os rebeldes estão.
Não fique no meu túmulo a chorar
Eu não estou lá
Eu não morri.
Joaquim, qual o nome e o autor do segundo poema?
ResponderExcluirOlá.
ResponderExcluirKatryn, obrigado por me informar a ausência de referências. O primeiro são trechos da música "You Are Young" (Fun); o segundo é uma poesia expressa na obra cinematográfica "Song For a Raggy Boy".