quarta-feira, 12 de agosto de 2009

As Mulheres Superpoderosas

Afirma-se na literatura em prosa ou na poética, bem como nas artes, que as mulheres possuem um sexo frágil. Porém, vê-se que elas são as que, hoje, em tese, fazem mais atividades, sendo a principal delas Educar os Filhos. São consideradas melhores por ser a mãe, a mulher e em alguns momentos, os pais.

Se essa é a realidade que há muito tempo escuto mulheres e um grupo seletivo de homens afirmarem, é necessário trazer à superfície alguns detalhes para que elas e eles pensem e reflitam sobre o que estão rebusnando.

As mulheres inventadas de hoje, sim, muitas atividades praticam sendo ainda considerada primordial pela sociedade, a educação da prole. Considero que desde 1998, com um projeto prévio de Craig McCracken juntamente com a outrora revolução feminista, elas são dia a dia, incentivadas a derrubar o rótulo de sexo frágil e ser desde pueris como as “The Powerpuff Girls”; quando crescem continuam com o mesmo objetivo: salvar o mundo de terríveis criminosos e de criaturas perigosas, porém com um novo rótulo: “As Mulheres Superpoderosas”.

Nobres amantes, existe aí uma contradição. Elas derrubaram até mesmo cientificamente que não são o sexo frágil, e sim, atualmente, divas, mulheres superpoderosas que possuem variadas atividades no lar, no mercado de trabalho e ainda batem no peito exclamando: “Me Jane, you Tarzan!”, assegurando que cuidam da prole e do marido ou companheira. Em tal caso, por que elas censuram tanto os homens e em menor proporção, também algumas mulheres? Por que criticam se são elas as superpoderosas da criação e da arte de viver adequadamente? Por que resmungam se seu marido, e. g., está mais preocupado com o carro do que com ela, porém esta, com um filho o ensina exclusivamente a se divertir com carros de brinquedo?

É possível compreenderem os sutis, mas significantes detalhes ideológicos e sociais criados por eles e por elas? Pensem e reflitam sobre o que estão zurrando.

Tal evidência surgiu durante um Grupo de Discussão com Temas Psicológicos com adolescentes numa unidade escolar. Conversávamos, entre outros assuntos, sobre homens e mulheres e suas oposições. Verificamos que os “filhos” são educados desde os anos básicos até o Ensino Médio, em sua maioria por mulheres (diferente do Ensino Superior), sendo elas mais valorizadas (e até mesmo por própria escolha) na arte básica de ensinar.

Porém, se isso ocorre, se as mulheres se orgulham de serem consideradas as educadoras primeiras, mas se em nossa sociedade cada vez mais “surgem”, diga-se de passagem, criminosos e criaturas perigosas, Elas deveriam educar melhor!

Por isso, se desejarmos existir criando uma educação, uma sociedade e humanos que tenham interesses amáveis uns com os outros buscando sempre um benefício social focando a totalidade do (e de) Ser no mundo, não devem as equipes mulheris se sentirem possessiva e magicamente possuídas com um dom de “cuidado (maternal)” e muito menos os homens se absterem (e/ou se esconderem).

A Teoria Psicanalítica é uma das abordagens “psi” que mais faz menção ao sexo feminino como sendo ele a principal referência para o bebê. Com todo o exposto, não produzo defesas e nem acusações à psicanálise, às mulheres, ou aos homens que apóiam a ideologia da supremacia feminina ou masculina.

Apenas guio, iluminando, que os homens e as mulheres nunca foram superiores uns aos outros, porém crêem nisso; e crendo, são educados e educam a excluir o senso de nivelação e a caminhar preparando, contato após contato, o próximo duelo, e não percebem as situações que vão criando e fortalecendo em nossa teia sócio-relacional do Existir.


domingo, 2 de agosto de 2009

A Invenção da Loucura

Devem sem demora saber meus amantes, que se vive num mundo inventado. Inventar em meus termos pode possuir duas significações. O inventar negativo e instituído (inicialmente descrito no segundo capítulo deste Book Virtual), e o positivo que é o criar, também exposto.

Atua-se numa sociedade negativamente inventada e junto a ela, atualmente muitos se aterrorizam pelo patológico, afirmando: “Eu sou normal!”

Para os que não estão familiarizados com o termo, Patologia deriva-se do grego “pathos” significando “sofrimento”, “doença”; e “logia”: “ciência” e “estudo”. Logo o termo é o estudo das doenças em geral sob aspectos determinados. Ela envolve tanto a ciência básica quanto a prática clínica, e é devotada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças. Essa é a determinação técnica e biológica que permite se compreender psicopatologia.

É claro que a influência celular evidencia muitas alterações de conduta dos indivíduos. Todavia ao que me refiro, o que pretendendo focar, é o estigma, independente da palavra que se utiliza para referenciar: anormal, maluco, doido, louco...

Vive-se a existência, num mundo em que se afirma que todas as pessoas são singulares. Apesar disso, facilmente um manual generalizador pode identificar sua desordem. Então, que imparidade é essa?

Poderia aqui citar Michel Foucault, filósofo e historiador que é uma referência sobre os estudos psicopatológicos. Porém, já expus em título que a loucura é invenção e obviamente histórica, uma negativa tramóia. Nesse sentido, fica Foucault apenas como menção para os futuros pesquisadores.

Atualmente se encontra na mídia, a série televisiva “Mental: Interstitial”. Esta série é produzida pela Fox e Fox Telecolombia, que estreou em 2009 internacionalmente na América Latina, Europa e Ásia. A trama é sobre o Dr. Jack Gallagher que acaba de assumir a diretoria da área de saúde mental de um hospital em Los Angeles e tem métodos nada ortodoxos para tratar de seus pacientes; além de romper com regras estabelecidas. É óbvio que ele não agrada aos outros psiquiatras, que são leitores assíduos do DSM e CID. Mesmo sendo uma ficção, a série vem trazendo a cada semana, uma temática que auxilia o ser que ali se encontra a recuperar seu Poder, evidenciando essa possibilidade e demonstrando o uso diagnóstico, apenas como referência e não como mandamento divino.

É fácil muitos subumanos classificarem divinamente; é algo que cotidianamente fazem. Todavia, se somos diferentes um dos outros, não há como haver comparação, apenas referência; se o que nos envolve vitalmente é construído na história, então, normal e patológico são sombras que ofuscam o ser humano.

O que existe são pessoas que independente de sua situação (às vezes sim, relacionada a um sofrimento sintético), necessitam, num grupo social, não de serem vistas por seus olhos, pois isso fisicamente é impossível, mas serem ouvidas, reconhecidas... enfim, compreendidas. Caso contrário, educaremos, independente dos recursos, mais seres que viverão sua existência vital, numa dúvida oculta: “Ser o que estou, ou ser o que esperam que eu seja?”

Nisso, como prostituição meu amante, é recomendável a você apreender o sentido de quem está diante de você e não fidedignamente os sentidos das caracterizações instituídas, pois não são os mesmos fatos os que vêem nem os mesmos comportamentos os que descrevem.


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