domingo, 2 de agosto de 2009

A Invenção da Loucura

Devem sem demora saber meus amantes, que se vive num mundo inventado. Inventar em meus termos pode possuir duas significações. O inventar negativo e instituído (inicialmente descrito no segundo capítulo deste Book Virtual), e o positivo que é o criar, também exposto.

Atua-se numa sociedade negativamente inventada e junto a ela, atualmente muitos se aterrorizam pelo patológico, afirmando: “Eu sou normal!”

Para os que não estão familiarizados com o termo, Patologia deriva-se do grego “pathos” significando “sofrimento”, “doença”; e “logia”: “ciência” e “estudo”. Logo o termo é o estudo das doenças em geral sob aspectos determinados. Ela envolve tanto a ciência básica quanto a prática clínica, e é devotada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças. Essa é a determinação técnica e biológica que permite se compreender psicopatologia.

É claro que a influência celular evidencia muitas alterações de conduta dos indivíduos. Todavia ao que me refiro, o que pretendendo focar, é o estigma, independente da palavra que se utiliza para referenciar: anormal, maluco, doido, louco...

Vive-se a existência, num mundo em que se afirma que todas as pessoas são singulares. Apesar disso, facilmente um manual generalizador pode identificar sua desordem. Então, que imparidade é essa?

Poderia aqui citar Michel Foucault, filósofo e historiador que é uma referência sobre os estudos psicopatológicos. Porém, já expus em título que a loucura é invenção e obviamente histórica, uma negativa tramóia. Nesse sentido, fica Foucault apenas como menção para os futuros pesquisadores.

Atualmente se encontra na mídia, a série televisiva “Mental: Interstitial”. Esta série é produzida pela Fox e Fox Telecolombia, que estreou em 2009 internacionalmente na América Latina, Europa e Ásia. A trama é sobre o Dr. Jack Gallagher que acaba de assumir a diretoria da área de saúde mental de um hospital em Los Angeles e tem métodos nada ortodoxos para tratar de seus pacientes; além de romper com regras estabelecidas. É óbvio que ele não agrada aos outros psiquiatras, que são leitores assíduos do DSM e CID. Mesmo sendo uma ficção, a série vem trazendo a cada semana, uma temática que auxilia o ser que ali se encontra a recuperar seu Poder, evidenciando essa possibilidade e demonstrando o uso diagnóstico, apenas como referência e não como mandamento divino.

É fácil muitos subumanos classificarem divinamente; é algo que cotidianamente fazem. Todavia, se somos diferentes um dos outros, não há como haver comparação, apenas referência; se o que nos envolve vitalmente é construído na história, então, normal e patológico são sombras que ofuscam o ser humano.

O que existe são pessoas que independente de sua situação (às vezes sim, relacionada a um sofrimento sintético), necessitam, num grupo social, não de serem vistas por seus olhos, pois isso fisicamente é impossível, mas serem ouvidas, reconhecidas... enfim, compreendidas. Caso contrário, educaremos, independente dos recursos, mais seres que viverão sua existência vital, numa dúvida oculta: “Ser o que estou, ou ser o que esperam que eu seja?”

Nisso, como prostituição meu amante, é recomendável a você apreender o sentido de quem está diante de você e não fidedignamente os sentidos das caracterizações instituídas, pois não são os mesmos fatos os que vêem nem os mesmos comportamentos os que descrevem.


Um comentário:

  1. Amor, já te disse, mas novamente gostaria de te falar: agora entendo aquela loucura e sofrimento. Foi bom estar perto de você!!!!!!!!

    Meus Beijos!

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