
Para quem não assistiu a película, ela conta a história de Michael (David Kross no papel do jovem e Ralph Fiennes com a idade mais avançada), que relembra aquele que, provavelmente, foi o momento definidor de sua vida − quando o seu amor juvenil, uma mulher mais velha chamada Hanna Schmitz (Kate Winslet), foi presa e julgada por atos nazistas. O que o jovem verá, no tribunal, é algo que vai de encontro a tudo aquilo em que ele acredita. O filme retrata, entre outros aspectos, a questão da verdade.
Além disso, ou complementar, o que o filme aborda em sua raiz, é a Educação, e é sobre isso que refletirei.
Sabe-se que a educação como é ministrada é um artifício de nosso sistema educacional. As pessoas são ensinadas a não ler, a não ouvir, apenas a reproduzir mecanicamente, como em “Os Tempos Modernos” de Charles Chaplin.
A protagonista de “O Leitor”, não sabe ler, mas adora histórias, e por vergonha de seu analfabetismo foge de um emprego quando é promovida ao departamento escriturário, e anos depois, ao chegar no Tribunal, por trabalhos alienantes de nazistas, aceita ser condenada, assumindo a escritura de uma caligrafia que não é sua, por vergonha de se declarar analfabeta. Porém, Hanna consegue se alfabetizar na prisão, o que é magnífico de ver e sentir: a prostituição do conhecimento.
Ao mencionar a vergonha do analfabetismo quero evidenciar que, mesmo muitos, como eu, sermos alfabetizados pelas leis do mercado, somos ainda analfabetos, diante do conhecimento universal e principalmente diante do Outro...
O pensar (com sua sensação) é proibido; mas ele é o mestre, e como afirmava o filósofo Voltaire: "Nada emancipa como a educação. Quando uma nação começa a pensar, é impossível detê-la".
Se as pessoas passarem a pensar, o estado, a política... se extinguiria, pois a junção de pessoas pensantes é mais forte que um Congresso, e muitos pensadores fecham os olhos para isso ou não relatam o assunto, pois a humanidade não saberia o que fazer com o seu poder existencial.
O Estado jamais aconselharia tal revelação. Por isso controla a educação e temos professores incapacitados lecionando a bobagem estadual, já que hoje, no maior ensino, o público, todos os professores usam apostilas, prontas, mastigadas, digeridas e encapadas com excrementos.
O que impede a nova geração a preferir o vídeo-game, o computador e a televisão, em oposição radical aos livros, é a falta de uma literatura de qualidade, como afirmam Corso & Corso (2006).
Assista ao filme (novamente, para quem assistiu) e observe a sede de Hanna para a aprendizagem; quisera eu que muitos fossem assim. Mas me filio a ela, pois também tenho vergonha; vergonha, da educação que impera nesse mundo de existências sujas, sendo que muitos professores, do ventral ao profissional, que estão sem qualificação, e não possuem idéia do que estão fazendo, acreditam que têm; e são motivados, não apenas, mas financeiramente a julgar que sim.
Apesar disso, meu amado leitor, talvez fale: “Mas eu já sabia disso!” Então faça algo!!
“Fazer o quê?” Ora, pense e se prostitua; isso é o básico.

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