terça-feira, 7 de julho de 2009

Pobreza: Uma Testemunha Silenciosa

Desde quando eu era um Gugu, como o de E. C. Segar, ouvia as pessoas reclamarem da pobreza.

Conforme fui crescendo, passei a ver “jornais” e a lê-los também (não que fossem bons), mas nada melhorou; pelo contrário, as reclamações aumentaram. O exemplo mais comum são os países em desenvolvimento que lutam contra várias doenças, sem possuir recursos financeiros sustentáveis; e também os que têm um bom recurso, mas não sabem, mas alienam saber o que fazer...

Não posso ser otimista diante de tantos fatos históricos catalogados, impressos e de diversas formas divulgados.

A palavra "pobre" veio do latim "pauper", que vem de pau- = "pequeno" e pario = "dou à luz" e originalmente referir-se-ia a terrenos agrícolas ou gado que não produziam o desejado. Pobreza pressupõe então, a FALTA.

O que “me espanta” é a classificação e/ou divisão social entre pobres e ricos.

Quem possui bilhões em moeda acredita que é rico. E, com certeza é. Porém também é cheio de pobreza (faltas), e muitas vezes mais pobre. Já observaram que sempre lhes falta algo. Compram tantas coisas e consomem cada vez mais, reclamando sempre que seu salário é insuficiente.

Quem possui uma renda mínima (ou nem isso), também reclama. E, no melhor dos casos, acabam por viver melhor quando entendem a relação pobreza-riqueza: consomem, mas o essencial. Informalmente, são os melhores economistas, advogados, psicólogos, empreendedores, pelo simples fato de constantemente, quiçá desde a infância, ter que ser um solucionador de problemas vitais e sociais.

Não proponho o conformismo. A pobreza, bem como a riqueza, é uma condição mundial. Muitos acreditam, vendo pela TV, que países considerados desenvolvidos não possuem uma pobreza social. Possuem e muito, porém ela é camuflada e não divulgada. Como vivemos num mundo hierárquico tem-se que mostrar o que é considerado melhor, o bom e belo, talvez financeiramente e sem cessar, em maior quantidade.

No Brasil, um país considerado em desenvolvimento, deveríamos mostrar com afinco os mensalões e mensalinhos (quanto dinheiro!!), a floresta Amazônica e principalmente nossa farta agricultura, pouco incentivada. Assim, também em todos os países, cada qual “colocando sobre a mesa” o que possuem de essencial para a humanidade. Poderíamos, talvez, retornar a um único continente, a Pangea e sermos Humanos e não Guerreiros.

Porventura, isso parece utópico, entretanto já fazemos uma parte disso, mas de uma maneira financeiramente complicada: Importação e Exportação. Nenhum país é mais rico ou pobre do que o outro. Logo, ninguém é tão rico ou tão pobre para viver nessa torre simbólica da hierarquia social. Todos os países precisam um do outro.

Observando melhor, se considerarmos que estamos todos num patamar equivalente, aí quem sabe poderíamos falar numa Organização de Nações Unidas.

Todavia, diante da realidade, enquanto que “ricos-pobres” e “pobres-ricos” vivem numa batalha, a pobreza, sempre humilhada, apenas assiste como testemunha, e o pior, silenciosa, dopada e amordaçada num cativeiro, ali, no pensamento de cada um de nós.

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