segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Questão Humana da Esperança

Era uma vez, num reino distante, chamado Planeta Terra, havia um grupo de pessoas, chamado Alisis. Não muito longe dali, havia outro grupo, que para os A. era desconhecido. Eram os Bêlisis.

Certa vez, um integrante dos A. resolveu explorar o território de sua Terra, pois acreditava que não muito longe havia outras formas de existir. E não recriminava isso. E, então ele foi.

Durante a viagem, o membro dos A. encontrou integrantes dos B. que o receberam muito bem. No reinado dos B., o A. ficou assustado e, simultaneamente, encantado com a forma que eles viviam, porém, observando melhor, não viu tantas diferenças nas atitudes com o de seu grupo. Observou que os B., apenas faziam coisas um pouco diversas, mas ambos chegavam ao mesmo fim: se divertiam, por exemplo.

Ao contrário do membro dos A., os B. ficaram horrorizados com o comportamento do A. Não os viam como seres que usufruíssem adequadamente da vida. Mas foram muito educados, pois nada comentaram.

Ao voltar a sua tribo, o A. contou toda sua semi-epopéia, afirmando que se divertiu e aprendeu muito. E, ao terminar, outro membro, preocupado com a diferença grupal, e medo da influência dos B. para com a harmonia grupal dos A., questionou o jovem:

“O que você pensa se um indivíduo que está em um grupo, que é por assim dizer, seu hábitat, e repentinamente ele passa a pertencer a outro grupo, sem, no entanto, sair do primeiro, haveria e qual seria o tipo de influência nesse caso?”

O jovem, com sua inocência, pureza e perfeição, respondeu:

“Não sei muito bem o que responder. Mas a influência existe a todo o momento. Boas e ruins. Depende, é claro, de cada um, e se este tem consciência e percepção dos fatos. Ele pode muito bem conciliar os dois grupos. Depende também do respeito do primeiro e do segundo grupos, pois vivemos entrando, saindo e juntando grupos, a todo o momento”.

Todos compreenderam. E o jovem dos A. foi revisitar o grupo dos B. Todavia, grupos já constituídos são estagnados. A possível inserção de um novo membro causa estresse no grupo “emissivo” e no “receptivo”. Foi o que aconteceu com os A. e os B.

O membro dos A., chateado e pensativo foi embora, porém durante a volta ao seu clã, refletiu: “Quão maldosos os homens podem ser. Apenas as pessoas que não se respeitam são difíceis de conviver!!”. O jovem sabia das diferenças entre os grupos, todavia, os respeitava.


Essa pequena história, meu querido amante, pode ser cansativa, entretanto, mais fadiguenta é vivê-la. E a vivemos a todo o instante. Como o jovem disse: a todo o momento estamos entrando, saindo e juntando grupos. Passemos a refletir...

Todavia, é muito fácil de compreender o fato dos Bêlisis terem tido uma atitude tão repulsiva ao comportamento dos Alisis. O que ocorre de fato, e constantemente, é que ESPERAMOS muito dos outros. Queremos que as pessoas façam, ajam e pensem o que fazemos, agimos e pensamos. Olhamos alguém e já construímos um repertório para ela. Caso tal pessoa não execute o que eu sutilmente determinei, eu logo reclamo: “Você não me compreende”; “Você não faz o que eu gosto”; “Você falhou comigo!!”. Ora, poupem-me.

Apenas quando passarmos realmente a observar o outro, como o jovem dos Alisis, é que poderemos conviver em respeito. Há diferentes formas de experienciar, e isso não significa que um se divertiu ou viveu melhor que o outro. Ambos se divertiram e viveram. Ponto.

Por isso lhes digo: quando eu era criança, eu fechava os olhos e via o sol por entre minhas pálpebras. Era vermelho, assustador, como uma explosão. Eu fazia isto, porém, tal atitude, diferente da dos demais, não me impedia de sentir o sol.

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