segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Situações Familiares Privadas e Públicas

O Ser Humano é sozinho, único; ele se constituí no universo de forma inteira, até mesmo quando há a siamesiadade.

A privacidade é compreendida como a habilidade de uma pessoa em controlar a exposição de seus feitos, sejam dos de pensamento ou da prática; escolhendo a disponibilidade de informações acerca de si. É a capacidade de existir na sociedade de forma a construir o seu perfil, buscando ausência de julgamentos por interpretações de terceiros. Porém o privado em si é equivocado, pois ele está no público.

O público, referindo-se a situações pessoais, é tudo o que pode ser exposto à população, à coletividade e até mesmo levando à opinião pública.

A partir do momento em que se toma contato com o oxigênio, os pais criadores, ensinam muitas atividades a seus filhos criados, influenciando estes novos atores sociais a eles mesmos reconhecerem suas habilidades. Os pais dizem − afirmam eles que por preocupação − que se tem que lhes contar tudo, para que eles possam instruir seus pupilos corretamente.

Até o momento de minha existência, observando e contatando pais com seus filhos, ambos de todas as idades, percebe-se que a maioria, senão todos, reclamam de que seus filhos eram melhores quando eram menores e podiam segurá-los em seus braços. É justamente isso: o controle.

Quando se possuem bebês que choram e não andam, os pais os amam incondicionalmente, na maioria dos casos. Quando os filhos crescem, andam e iniciam a fala, bem como a reflexão e os famosos por quês, os pais não deixam de amar incondicionalmente seus filhos, mas, por serem entes unitários, e não um clone dos seus criadores, e por possuírem uma performance própria, muitas vezes, os filhos são condenados pela maternidade-maternagem e/ou paternidade-paternagem.

É difícil encontrar relacionamentos familiares em que os pais e filhos possuem um diálogo aberto, mencionando principalmente o amordaçado e presidiário tema de sexo e suas variáveis possíveis, tanto benéficas e maléficas. Muitos responsáveis precisam de auxílio externo, todavia divulgar isso é ser um cuidador biológico e judicial condenado publicamente; então, vivem na particularidade em muitos assuntos.

É digno de nota que, mesmo que seus filhos (se são pais que lêem), e mesmo que seus pais (se são os filhos que lêem) exerçam a possibilidade de conversarem sobre diversos assuntos, e de possuírem uma família modernizada – como muito se afirma −, mesmo assim, devido à particularidade e a publicidade, nem todos os assuntos, os pais, como maiores interessados, compreendendo-os ainda como democráticos (porém, até mesmo, com interesses de serem além de preocupados, controladores), conseguirão que seus filhos lhes informem tudo o que pensam, sentem ou até mesmo o que fizeram; principalmente porque nem tudo é verbalizável de imediato. O mesmo é verdadeiro para os filhos sobre os pais.

Conforme explana o professor inglês Eric Hughes, a privacidade é o poder de revelar-se seletivamente ao mundo; e de forma semelhante, o professor alemão Rainer Kuhlen expressou que a privacidade não significa apenas o direito de ser deixado em paz, mas também o direito de determinar quais atributos de si serão usados por outros.

O que instruo a pais e a filhos, independente da condição social, é serem pessoas de relação e confiantes na possibilidade da atitude um do outro; compreendendo a ambos como libertos, sendo autônomos e numa condição infinita do ser humano: independente-dependente.

Portanto, isso é viável, pois o ser é afirmativamente (auto)controlável, mas ele é também em contingências, agressivo e incompreensivo consigo mesmo e com o outro. É adequado que o ente ouça sugestões coerentes e não impostas. Nesse sentido, em situações familiares privadas e públicas, como afirma um provérbio chinês: o que seriam dos rios se não fossem as suas margens! Margens; e não câmeras de segurança.


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