sábado, 7 de novembro de 2009

Sexo: Uma Profunda Necessidade de Comunicação

A Comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Está envolvida neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: verbal, visual e gestual; presencial e virtual.

Usando-se da comunicação existente, consideravelmente você julga pessoas ou as ouve sendo condenadas pelos outros por algum de seus atos tidos como abomináveis e incomuns. Às vezes pode ser você que tenha rótulos. Todavia uns comem ovo frito com a gema cozida, e outros apenas inteiramente cozidos. São raras as pessoas que estudam as classificações; estas nos impedem, muitas vezes, de conhecer a complexidade de fatos e pessoas de forma honesta e compreensiva.

Deferenciando fatos, em 2006, foi lançado o filme Shortbus. O público não educado para o diferente, possuindo em si uma fragilidade emocional ficou espantado, visto que a trama evidencia e mostra o sexo de diversas formas e fases. No filme, há uma terapeuta de casais, casada, que nunca teve um orgasmo. Entre seus clientes estão um casal homossexual masculino, que mantém uma relação que começa a prejudicar emocionalmente a ambos. Há ainda uma Dominatrix em práticas do BDSM (Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo), ou seja, sem contato sexual, e que mantém sua vida em segredo e não se abre para as pessoas. Todos se encontram regularmente no Shortbus, um clube underground onde arte, música, política e sexo se misturam.

A relação sexual humana é uma comunicação, ou pelo menos as pessoas deveriam entender isso e ouvir o que ela tem a dizer, até mesmo para os não praticantes. Primeiro, na relação ocorrem atividades preliminares que são prévias ao ato sexual. As preliminares, diminuem a inibição e aumentam o conforto emocional dos parceiros e também podem levam à excitação sexual dos mesmos, resultando na ereção do pênis e na lubrificação natural e dilatação da vagina.

Em conseqüência, o ato sexual propriamente dito pode ser compreendido como todas as formas de atividade sexual e variedades de como ocorre a penetração: sexo vaginal e o sexo anal, assim como todo tipo de sexo não-penetrativo: o sexo oral que se subdivide em: cunilíngua (praticado na mulher), felação (praticado no homem) e anilíngua ou anilingus (praticado em ambos). O ato sexual permite que se alcance uma satisfação, preferencialmente mútua, ou o orgasmo. Mas, qual a mensagem?

A relação sexual tipicamente representa um poderoso papel no relacionamento humano, sendo em muitas sociedades normal aos pares terem atividades sexuais freqüentemente enquanto usam contraceptivos, como forma de compartilhar o prazer, reforçando e fortalecendo sua ligação emocional através do sexo.

Seu objetivo primordial era a reprodução e continuidade da sobrevivência da espécie humana. Atualmente ela é freqüentemente praticada por prazer e/ou como uma expressão de amor e intimidade emocional. Todavia, sendo ela também uma forma de comunicação deveria ser ouvida e não silenciada.

Falar sobre sexo é algo que poucos fazerem, pois muitos são censurados e rotulados como praticantes desenfreados. As pessoas atualmente fazem mais sexo, porém possuem menos informações sobre ele, geralmente entendendo-o como agrado e divertimento, e por conseqüência não aprendendo e não ensinando suas possibilidades de compreensão pessoais, do outro e da relação que se estabelece com outrem, seja ela duradoura ou fugaz.

Nos casos mais atuais as pessoas possuem relacionamentos passageiros, as curtições. Alguns significados dessa palavra nos revelam sua referência a desfrutar algo com intenso prazer. Mas o que faz pessoas quererem algo transitório, algo tão veloz? Shortbus aborda tal assunto. Ele não é claro em seus argumentos, mas é intensamente representativo em suas personagens. Expõe ele que as pessoas estão emocionalmente perdidas, e encontram no corpo o meio comunicativo pelo qual as pessoas podem lidar com seus sentimentos e conflitos, porém não percebem seus atos. Hoje, tudo é sexo, mas a existência, em seu pólo essencial, não se resume a relação sexual, e sim, a relação comunicacional.

Deste modo, num momento da existência social em que as pessoas são caladas, alienadas pelo consumir descomedido, praticam o sexo, comunicando-se consigo mesmas, mas não se ouvem. Na prática sexual, tentam e sentem; experimentam e se divertem; ensaiam e não possuem volúpia, e começam novamente, a praticar com outros. Todavia, gerando um nevoeiro mental, não enxergando a si mesmo e ao próximo, apenas conseguem construir uma colcha retalhada de afetos que pouco cobre e nada aquece.


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